30 de junho de 2007

Réquiem para um site: No Mínimo

Não teve jeito.

O No Mínimo deixou de ser atualizado ontem, 29/06.

Com isso, se encerra uma das mais democráticas vozes da mídia brasileira, qualquer que seja o formato. Uma experiência quase ímpar em termos de possibilidade de discussão de qualquer tema de forma livre, com textos de qualidade e forte interação com o público.

Cinco anos passaram rápido, mas deu para arrebanhar uma legião fiel de leitores e comentaristas, os quais marcaram (para o bem e para o mal) a face do site.

Não sei (e nem sei se quero saber) o que realmente levou ao fechamento do site. Quaisquer que sejam as razões, elas depõem contra o Brasil. Dá até uma certa deprê, uma falta de esperança no nosso futuro enquanto nação livre, democrática e justa.

Pra não ficar só chorando o leite derramado, é bom saber que alguns dos articulistas do site estão iniciando blogs pessoais com algum nível de interligação e seguindo o espírito do site descontinuado. Pedro Doria, Luiz Antonio Ryff, Carla Rodrigues, José Paulo Kupfer, Sérgio Rodrigues e Ricardo Calil já colocaram os seus no ar.

Para todos eles, obrigado, e como diria aquele filósofo de Vulcano: Vida Longa e Prosperidade.

Leão ferido

Tantos dias sem postar nada (falta de tempo e de saúde), e resolvo voltar falando de um tema muito, muito doloroso.

Que é isso, Fortaleza ? Quatro derrotas seguidas na Série B ?

Como um dos elencos mais caros da competição pode estar fazendo uma campanha tão sem ânimo, sem graça e sem despertar a esperança da torcida ? E olha que até começou bem, com três vitórias seguidas. Mas depois foram cinco derrotas em seis jogos. Tá difícil de entender.

A diretoria paga em dia, dá toda a assistência, contrata um técnico que não é nenhum novato (Marco Aurélio), e o time não decola! Só sabe jogar se defendendo, e mal contra-ataca. E quando a torcida chama de "time medroso" eles ainda reclamam ...

Eu sei que ainda estamos chegando à 25% do campeonato, mas algo tem que mudar JÁ. Novos jogadores, talvez novo técnico, um solavanco daqueles no elenco, sei lá. Mas, do jeito que vai, boa coisa é que não vem pela frente.

ACORDA, LEÃO !!!


ATUALIZAÇÃO (03/07) : Caiu o treinador. Contrataram o Amauri Knevitz, campeão paranaense com o modesto Paranavaí. Tomara que desta vez as coisas andem.

22 de junho de 2007

Vem de longe

Certas coisas nunca mudam. Algumas outras só pioram com o tempo.

Digo isso a partir da nota abaixo, pinçada da coluna De Olho no Dinheiro, assinada pelo jornalista Nazareno Albuquerque no jornal O Povo de Fortaleza do último final de semana.

GONTIJO: LOBISTA COM ESTÁGIO NO BEC
O presidente Lula tem razão: lobby é coisa para profissionais, embora cometam trapalhadas públicas. Cláudio Gontijo iniciou o seu "estágio" nesse negócio ainda jovem, em Fortaleza, como oficial de gabinete do então presidente do Banco do Estado do Ceará, Fernando Terra, no governo Gonzaga Mota, idos de 1983. Gontijo, boa pinta e envolvente, intermediou negócios já naqueles anos da complicada administração Terra. Deixou a cidade de repente, quando os negócios por aqui começaram a se complicar para os lados do BEC, onde estariam ocorrendo operações assombrosas. Agora seu nome ressurge, como lobista da empreiteira Mendes Júnior e amigo do senador Renan Calheiros, intermediando auxílio-maternidade ao presidente do Senado.

Para quem não sabe, foi a gestão do citado Fernando Terra que praticamente QUEBROU o Banco do Estado do Ceará, que teve que ser, sucessivamente, colocado sob intervenção do Banco Central, federalizado e privatizado. O erário público nunca foi ressarcido em nenhum tostão.

Pois é, Senador Renan, uma amizade dessas diz muito...


20 de junho de 2007

Reforma Constitucional

O Alon Feuerwerker publicou ontem mais um interessante post sobre a reforma política. Como já deu pra notar, o assunto chama bastante minha atenção, e resolvi fazer um comentário, o qual foi contestado por outro comentarista, e qual por sua vez foi treplicado por mim. Confuso, né?

Para facilitar, vou reproduzir os comentários:

Luiz disse...

Alguém falou que algumas mudanças (parlamento unicameral) exigiriam uma nova constituição.

Volto a perguntar: por que não uma constituinte exclusiva e restrita à reforma da organização política do país ?

Poderiam ser uns 100 ou 120 constituintes, que ficariam impedidos de assumir cargos públicos (eletivos ou não) por uns 6 anos após o encerramento dos trabalhos.


ppaliteiro disse...

Luis, não se brinca com constituinte mesmo localizadas. Nossa constituição atual nasceu da forma que vc colocou: a partir de uma emenda que a grosso modo ia reformar a organização política da constituição 67/69.

A diferença é que havia respaldo popular, estávamos saindo de uma ditadura. Uma constituinte agora, mesmo parcial é colocar o carro na frente dos bois. A ponto de precisarmos de uma constituinte pra resolver qualquer crise e banalizarmos o sentido de se ter constituição.

Seria necessária outra constituição por que só há uma forma de emendar a constituição e ela é cláusula pétrea. A democracia e o processo político são assim: cheios de altos e baixos.


Luiz disse ...

Caro ppaliteiro,

Vamos por partes:

1 - Não acho que haja perigo de uma constituinte exclusiva descambar para uma reforma ampla e geral. Basta que o texto que a convoque seja bem claro e restritivo.

2 - Apesar de serem momentos históricos díspares, penso que uma proposta que ensejasse uma mudança profunda na organização político-partidária-eleitoral teria amplo apoio popular. Até porque essa não é uma crise qualquer. Nossa estrutura de Estado está sendo corroída de maneira lenta porém constante, e o povão começa a se questionar sobre as vantagens da democracia, até atiçado por setores nada democráticos. Esse filme nós já vimos, e sabemos no que deu.

3 - Aferrar-se a certos dogmas, tipo cláusula pétrea, direito adquirido e etc., e por melhores que sejam as intenções, pode significar fazer o jogo dos setores mais conservadores, para dizer pouco.

4- E pra terminar: concordo com você quando fala dos altos e baixos da democracia e do processo político. Mas para a grande maioria do nosso povo sobram apenas os baixos, por obra e graça daqueles que nem é preciso nominar. E quando sobra ...


Quem quiser, não se acanhe. Pode meter a colher nesse angu.

Funcionalidade

Aderi ao Snap Shot. De agora em diante, basta colocar o cursor sobre qualquer dos links e vai aparecer um preview da página. A partir daí o amável leitor decidirá se vale ou não a pena acessar.

Quem não gostar dessa nova funcionalidade pode desabilitá-la em um botão no canto superior direito da janela que aparece.

19 de junho de 2007

É o Brasil ...

Hora de falar rápido (igualzinho a mim mesmo ao vivo):

- Caso Renan: vergonhosa a postura da tropa de choque que defende o senador na Comissão de Ética do Senado. Assistir a sessão de ontem foi deprimente, para dizer pouco. Partiram para cima do advogado da jornalista como cães esfomeados indo direto à jugular. Não tiveram dúvidas de trazer a questão pessoal para a cena aberta. Já na hora de ouvir o lobista, a coisa mudou totalmente de feição. Até elogio emocionado um dos senadores fez. Mas, apesar de tudo que tentaram, essa confusão está longe de acabar. e acho que acaba mal para o senador Renan...

- Pensão para o Lamarca: não é preciso concordar com todas as ideias e ações daqueles que pegaram em armas contra o regime militar para ter que reconhecer o patriotismo dos mesmos. Apesar dos equívocos, eram brasileiros muito dignos. Tentar impingir a eles a pecha de terrorista (especialmente com os contornos que o termo adquiriu nos anos mais recentes) é uma miopia histórica. Eles eram guerrilheiros lutando contra uma ditadura cruel. No caso do Lamarca ainda tentam chamá-lo de desertor. Mas foi o exército que saiu de seu papel constitucional para intervir descabidamente na vida política do país. E para terminar, Lamarca foi morto sem que houvesse confronto, ou seja, foi assassinado. Quanto à indenização em si, talvez valores mais modestos sejam a solução mais adequada.

Em tempo: a nossa "grande" imprensa continua arqui-reacionária. Até quando?

15 de junho de 2007

Rei do gado

Ontem o Brasil conheceu um verdadeiro fenômeno da sua pecuária, tanto na produtividade, verdadeiramente excepcional, quanto na extrema habilidade comercial. Trata-se do Presidente do Senado, Sen. Renan Calheiros.

Não sei o que o Pres. Lula está esperando para nomear o Sen. Renan para o Ministério da Agricultura. O homem é digno de toda a nossa admiração e merece todas as ovações possíveis e imagináveis!!!

Aliás, acho que nesse caso Ministério da Agricultura é pouco. O homem deveria ser nomeado para o cargo de Primeiro-Ministro. O fato de não sermos uma república parlamentarista não importa. Ele é o gerente que o Brasil tanto espera .


O nosso povo merece ...

13 de junho de 2007

Cidadão de segunda classe

Esta é para aqueles que sonham em viajar para o exterior e acham que tudo sempre será "um sonho".

Vejam o relato da jornalista Eliane Catanhêde, colunista da Folha, das agruras que passou em suas férias nos EUA e Israel.

Resumindo, ela foi tratada como cidadã de segunda classe, pelo fato de ser mulher e sul-americana e, no final escreveu isso:

"O namorado da minha filha, Carlos Frederico, acompanhou tudo isso como a minha família: perplexo, incrédulo. Quando voltei, ele matou a charada: eu passei nos EUA e em Israel o que milhares ou milhões de pobres passam no Brasil. Lá, eu era tão cidadão de segunda classe como eles são aqui."

Bem vinda ao clube.

Olha o golpe aí ...

E a ameaça de golpe parlamentar está começando a se materializar.

Os nossos dignos reprentantes na Câmara dos Deputados tentarão votar hoje a monstruosa reforma política, sobre a qual escrevi no post anterior. Aliás, chamar aquilo de "reforma política" só com exagerada dose de miopia. Trata-se, na realidade, de tentativa de eternização de grande parte daquilo que se convencionou chamar "elite dominante" (a expressão saiu um pouco de moda, mas é a que melhor se encaixa).

Tentam empurrar goela abaixo da nação um sistema em que, ao mesmo tempo que a população passaria a financiar os partidos políticos, perderia o direito de escolher nominalmente seus parlamentares, ficando atrelada a uma lista elaborada pelas cúpulas partidárias.

E para piorar, o projeto protege os atuais detentores de mandato, fazendo com que eles tenham preferência na composição da malfadada lista. Até aqueles que trocaram de partido ficaram protegidos, vejam só.

Dá pra chamar de outra coisa além de golpe ?


P.S. Já estava quase terminando de escrever quando resolvi dar uma espiada no que pensavam os principais colunistas políticos e blogueiros que tratam do assunto. NENHUM daqueles que realmente tenham alguma importância apoia essa "reforma". O Alon, o Elio Gaspari e o Idelber Avelar , por exemplo, não deixam dúvidas sobre o real sentido dessa safadeza. O Fernando Rodrigues e até o Josias (vejam só ...) também batem duro na maracutaia.

8 de junho de 2007

Reforma disforme

Estava ouvindo o noticiário no rádio do carro quando me deparei com um interessante comentário sobre a reforma política que tramita no Congresso. Interessante, mas poderia dizer polêmico, no mínimo.

O analista dizia mais ou menos isso: " A reforma política está parada no Congresso porque não se chega a um consenso sobre o voto em lista fechada, que é pré-requisito para o financiamento público exclusivo das campanhas, o qual ajudará a evitar algumas brechas para a corrupção atualmente existentes."

Como diria o açougueiro, vamos por partes.

Primeiro: voto em lista fechada só vai servir para eternizar nos legislativos aqueles políticos ligados às cúpulas partidárias. Apenas eles farão parte das listas, sabe-se lá usando quais meios. Além disso, o voto em lista é contra toda uma tradição do nosso povo de votar em pessoas e não em partidos. Iria virar eleição indireta.

Segundo: o financiamento público exclusivo não garante que os partidos e candidatos deixarão de utilizar-se do caixa 2. Aliás, aí é que essa prática iria se generalizar. Sem contar que os grandes partidos é que receberiam a esmagadora maioria do dinheiro vindo dos cofres públicos, já que a distribuição seria proporcional aos votos na eleição anterior. Ou seja, partidos de oposição em qualquer nível ficariam asfixiados economicamente.

Terceiro: juntando o que foi dito nos itens anteriores, só quem lucraria seria essa elite política que, sob quaisquer discursos, protagoniza a crise moral e de legitimidade que assola os parlamentos brasileiros e, conjuntamente, o governo em todas as suas esferas. E ainda chamam de reforma...

Qualquer coisa que não traga o ajuste da proporcionalidade das bancadas entre os estados e algum tipo de voto distrital, não merece ser chamado de reforma política.

Parece muito mais um acordo "deles com eles mesmos".

Coisa fina

Você pode chamar de praga, vudu, macumba, maldição, sei lá o nome...

Mas que essa indisposição estomacal do Bush lá no encontro do G-8 tem toda cara de "vingança maligna", isso tem .

Pensando bem, esses anos todos de (des)governo Bush já vem sendo um desarranjo só ...

6 de junho de 2007

O outro lado

Nesse momento em que tanto se discute a situação da liberdade de imprensa na Venezuela, por conta da não renovação da concessão do canal de televisão RCTV, é bom que olhemos o outro lado da história. Examinemos as razões de Hugo Chávez.

Bom início é uma lida no artigo de Bob Fernandes, no Terra Magazine. Ele está preparando um livro sobre Chávez e tem extenso material sobre o assunto, e no artigo se fixa na participação das grandes empresas de comunicação da Venezuela no golpe contra Chávez em abril de 2002.

Por coincidência, tal qual o artigo citado no post anterior, peço atenção para os parágrafos finais. Falam de Venezuela, mas também do Brasil.

Visão

Um dos meus interesses sempre foi o Oriente Médio, com sua história rica e seus conflitos aparentemente intermináveis. Palestinos, israelense, libaneses, sírios, iranianos, curdos e demais povos sempre me despertaram curiosidade e ocupam uma parte do meu tempo na web.

Uma das fontes de informação que costumo frequentar é a coluna que o jornalista brasileiro residente em Israel Nahum Sirotski mantém no IG Opinião. Não gosto muito da forma às vezes confusa e repetitiva com que ele escreve, mas dá para pinçar alguns fatos da política interna israelense que outras fontes não apresentam. E de vez em quando ele também cita fontes árabes as quais temos pouco acesso.

Tudo isso para chegar aqui: dêem uma lida na coluna do final de semana passado. Quem quiser pode ir direto ao último parágrafo. Resumindo, ele citou um comentarista da Al Jazeera que tratava do grupo Fatah al-Islam, atualmente em conflito aberto com o governo libanês em um campo de refugiados palestinos. O relevante é que o comentarista não encaixa o grupo em nenhuma categoria existente na região, mas considera que ele seja similar aos "atuantes na Colômbia e favelas do Brasil, nos segmentos onde não predominam a lei e a ordem".

Vejam só onde a (má) fama do Brasil em termos de segurança chegou.

Aplausos para todos os (ir)responsáveis ...


4 de junho de 2007

Não pode acabar

Acabei de saber da ameaça de fechamento do site NoMínimo , por problemas com a infra-estrutura econômica.

Sou leitor antigo do site, praticamente desde o seu renascimento das cinzas do antigo No . Era até um frequentador assíduo das caixas de comentário, mas deixei de fazê-lo nos últimos meses por duas razões: falta de tempo e queda acentuada na qualidade dos frequentadores.

Entretanto, problemas à parte, é necessário que os espaços mais qualificados da internet brasileira sejam preservados em seu direito de existir, até para servir de contraponto à miopia (para não dizer outra coisa...) da grande mídia brasileira.

Dessa forma, deixo aqui meus votos de que as questões práticas sejam resolvidas e o site continue no ar a partir de 01 de Julho, como seus editores anunciaram nesta nota.

2 de junho de 2007

Pra relaxar

Essa eu vi em um comentário no Sergio Leo , e não resisti a transcrever:

"Conta-se que viajavam à noite num mesmo carro por uma estrada perdida e solitária de lugar algum, três indivíduos: um argentino, um israelense judeu e um indiano hindu.
O carro quebrou, parou. E eles vislumbram ao longe uma casinha. Foram até lá a pé. Não havia ninguém. Na casa minúscula só existiam e cabiam duas camas. Ao lado da casa, porém, um estábulo com alguns animais. Tirou-se a sorte para saber qual dos três - o perdedor - dormiria no estábulo.
Perdeu o israelense. Cinco minutos, depois, batem à porta: era o israelense, dizendo que lamenta mas não pode dormir no estábulo porque nele há um porco e ele não pode ficar ao lado do animal "imundo" segundo sua religião.
O indiano se prontifica a substituí-lo e vai para o estábulo. Cinco minutos depois, batem à porta: era o indiano dizendo que também não pode lá dormir para não pertubar a vaca que lá se encontra, animal sagrado segundo sua religião.
O argentino vai então, com relutância, mas vai. Cinco minutos depois batem à porta: são o porco e a vaca....."

1 de junho de 2007

Chá de simancol

Essa eu li no Noblat : os ministros do Supremo desistiram, na última hora, de autorizar uma compra de veículos com blindagem para utilização por eles mesmos em Brasília. Um dos ministros teve o bom senso de perguntar qual seria a reação da opinião pública.

Economia de R$ 1.700.00,00 para os cofres "públicos".

Enquanto isso, na licitação para aquisição de 200 veículos para a PM do Ceará, o contribuinte pode morrer com uns R$ 6.000.000,00 a mais do que o necessário. Por que? Simples, o edital exigiu que os veículos tivessem câmbio automático e tração 4X4 tempo integral.

Caro leitor, pense rápido e responda: é necessário que veículos policiais destinados a rondas e perseguições tenham uma configuração tipo Toyota Hilux ? Quanto tempo vocês acham que tais veículos resistiriam aos maus tratos e péssima manutenção que nossas polícias , regra geral, oferecem à suas viaturas ?

Para não acharem que é implicância, leiam essa coluna, especializada em veículos, do jornal O
Povo.

Parece que foi ontem

Hoje completam-se 40 anos do lançamento do álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" pelos Beatles.
Tanto já se falou sobre a importância do álbum na história da cultura pop, que pouco ficou a ser dito.
O que me ocorreu foi a questão do tempo em si.
Ao contrário da maior parte do que hoje é produzido, que mal sobrevive 40 dias (algumas coisas mereceriam sobreviver 40 segundos...), estamos falando de algo lançado 40 ANOS atrás.
Poucos de nós ainda estarão nessa vida daqui a mais 40 anos para conferir. Mas pouco do que produzimos, qualquer que seja a área, será digno de nota em 2047. Olho para os lados mundo afora e encontro pouquíssimos personagens que me façam desconfiar que terão suas obras lembradas. Quase tudo é descartável ao extremo, visando apenas os "15 minutos" de que falou Andy Wahrol. Mas isso é outra conversa ...
Sou assumidamente fã dos Beatles, e olha que não tinha idade para acompanhar seu trabalho na época. Sou daqueles que descobriram a obra a posteriori, mas até por isso deixou-se encantar sem perder um olhar crítico que o distanciamento temporal, mesmo pequeno, proporcionou. Também foi super legal apresentar os Beatles ao meu filho, que hoje tem 16 anos. E rever tudo junto com ele acrescentou-me a visão da geração internet, tão vivaz quanto ácida (calma ...).
E parece que foi ontem que tudo aconteceu ...


P.S. O disco "Love", com a trilha do show do Cirque de Soleil é um achado! O trabalho de remixar e rearranjar as músicas dos Beatles ficou excelente. Até porque criou sem desfigurar.