26 de março de 2010

Não é por nada não...

Amigos do De Olho no Fato !!!

Estou escrevendo essas pessimamente digitadas linhas por dois motivos.

O primeiro é impedir que este sítio seja declarado pelo INCRA como terra improdutiva, ou pior, abandonada, e por isso sujeita desapropriação para fins de reforma agrária virtual.

Jamais permitirei que os malucos do MSS (Movimento dos Sem-Site), ou então da sua disidência, o MSB (Movimento dos Sem-Blog), ocupem este espaço para cantar loas para seus gurus, Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho.

O que me alertou foi que até aquele galalau com sindrome anti-futebolistica resolveu retomar o blog dele...

Algo deve estar acontecendo...


O outro motivo é para explicar o meu relacionamento (ou a falta dele...) com a OI durante a última semana.

Eu acesso a internet em casa através do serviço Velox da supra-citada operadora, e acho que pago uma nota preta para pouco largura de banda a minha disposição. Mas até aí não tem muito o que fazer, pois as opções disponíveis aqui na terrinha são ainda piores...

O diabo é que faz exatamente uma semana que estou sem acesso à grande rede e sem telefone fixo. E o motivo seria cômico se não fosse trágico.

A companhia de saneamento do estado está realizando umas obras bem no limite do meu bairro, mais ou menos a 1 quilômetro da minha casa. Pois não é que uma das máquinas cortou totalmente o cabo que liga a estação da OI ao quadro aqui do bairro (aqueles armários que ficam em algumas esquinas)?

Isso aconteceu no começo da manhã de sexta-feira passada, que era feriado aqui, e apesar do grande número de reclamações (praticamente todos os prejudicados deram um jeito de ligar para protocolar uma reclamação), só na segunda-feira pudemos ver uma equipe mexendo no quadro.
Curioso como sou, fui até la´conversar com eles. E descobri que tudo está sendo feito pelo método lusitano de tentativa-e-erro. São três grupos: um na estação, um no local do rompimento do cabo e outro no quadro, e eles estão recompondo e testando os fios, um por um...

Tanto para mim quanto para os coitados dos trabalhadores que estão fazendo o serviço, isso é o que se chama purgar todos os pecados...


15 de março de 2010

25 anos de liberdade

Hoje, 15 de Março, completam-se 25 anos do fim oficial daquela que esperamos tenha sido a última ditadura que governou o Brasil.

Digo governou, mas poderia ter usado muitos outros termos: oprimiu, infelicitou, aterrorizou, silenciou, castrou, desorientou, ...

Apesar de em seus anos finais ela ter sido claramente menos cruel do que em seu período mais negro, entre 1968 e 1976 (os anos de chumbo), não deixa de ser meio surpreendente que tenha durado tanto tempo, vinte e um longos anos.

Sobre isso, lembro de uma conversa que tive meses antes da Anistia, com um bom amigo, velho combatente contra o arbítrio, que saiu-se com essa comparação:

- Cara, os nazistas ficaram 12 anos no poder, e foi preciso uma guerra daquelas para derrotá-los. Os milicos daqui já estão mandando a quase 15 anos... Os caras são duros de roer...

Desde aquele 15 de Março de 1985, a nossa democracia consolidou-se, com as amplas liberdades públicas que hoje desfrutamos.

Mas talvez naquele exato dia estejam as sementes dos problemas que hoje enfrentamos em nossa estrutura política. O que poderia ter sido um ponto de partida para mudanças amplas e profundas acabou sendo um bocado de "mais do mesmo".

Esperar Tancredo e receber Sarney foi um choque que demorou para ser verdadeiramente assimilado e processado. As influências disso na Constituição de 88 e no restante da nossa organização político-partidária são claros, exigindo reformas urgentes.

Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula.

Tão diferentes entre si, mas todos eles sem vontade ou sem poder para romper certos vícios. E todos tendo em comum raízes na luta política do tempo da ditadura, quaisquer que fossem os lados em que estivessem.

A eleição de 2010 não deverá produzir nada diferente, já que os dois principais candidatos começaram a vida política na luta contra o antigo regime.

Ou seja, para o bem ou para o mal, aquele tempo negro onde a força fez o mal que a força sempre faz continuará deixando seus rastros.

Quem sabe daqui a alguns anos ela não será mais do que uma lembrança ruim, um sonho mau que não assustará nem um pouco, e o país discutirá seus problemas sem se medir por réguas ultrapassadas.