1 de julho de 2009

O Brasil visto por um paulistano...




(Dica dada por uma conterrânea que mora no interior de São Paulo, para este escriba, que já morou em Sampa. Não é novidade, mas...)

5 comentários:

anrafel disse...

Eu, aqui na Bahia-Bahia-mesmo, padecendo in loco de axé-music, vejo cada vez menos mato e mais duplas sertanejas.

Me lembrei de uma época em que se sacaneava os capixabas dizendo que o Espírito Santo era o estado mais mais-ou-menos da federação.

Alba disse...

Reza a lenda que cearense se acha em qualquer lugar do mundo, em todas as classes e profissões, o que já rendeu aquele divertido texto sobre os cearenses dominarem o muuuunndo, que circulou por um tempo. Não sei, sou cearense, praticamente só de nascimento, mas toda minha referência cultural veio da família, cearense de pai e mãe, tios e primos (que continuam lá) e tudo mais. O que observo é que, ao mesmo tempo que a classe média cearense, não sei se mais do que a classe média de outras plagas tem um traço forte (e meio desagradável) de ser ostentatoria, mesmo sem meios pra isso - os cearenses "expatriados", são em geral, tolerantes e bem mais mais informados sobre a geografia do país que os outros brasileiros. Pudera, como viajamos!

Mas voltando aos paulistanos, e vejam bem que quem vos fala é alguém que realmente ama São Paulo, os paulistanos típicos são mesmo os menos cosmopolitas dos brasileiros. Não sabem e não querem saber da distinção entre "norte" e "nordeste", sem falar da mania de classificar todos os nordestinos como baianos, no que aliás não diferem muito dos cariocas (esses irritantes argentinos nacionais), que só mudam pra "paraíbas". Se não se preocupam em saber onde fica, que dirá respeitar costumes regionais, viuuge!

Uma das coisas que mais me chama a atenção sobre os paulistanos em trânsito é a exigência de que tudo funcione como em São Paulo - como se São Paulo fosse algum epítome da civilização no meio da botocúndia, o que é entre divertido e triste de observar. E, claro, o preconceito especial contra os "baianos" - expresso de mil formas e com a maior desinibição. Chega a ser constrangedor!

Abraço

Alba

Luiz disse...

Alba,

Tua visão da classe média cearense tem toda fundamentação. Especialmente se falarmos especificamente daquele segmento intermediário-superior.
Vai gostar de carrão importado (e correlatos) assim na... baixa-da-égua.
O contraste com outros lugares é que a nossa verdadeira elite econômica até que, proporcionalmente, não ostenta exageradamente, ao contrário de outras plagas onde a coisa é ostensiva pra mais de metro...

Anônimo disse...

Bem, Luiz, eu não respondo por sua experiência de viver em são paulo como imigrante, somente pela minha visão. Nasci e vivi na capital minha vida toda, portanto, técnicamente sou um paulistano típico e não considero isso uma ameaça ao brasil eheheh.
Generalizações à parte tive muito poucos conhecidos paulistanos ou paulistas que pensam o brasil como o da ilustração. E sofro em dizer que, primeiramente, a maioria dos quais eu conheci e pensavam assim eram do interior de sao paulo ehehe. É brincadeira, claro, porque na universidade, descobri que há , dentro da capital, um grupo que não só reduz o brasil ao mapa da ilustração, como também aplica essa 'lógica' às regiões da capital (zona sul, norte, oeste, leste).
Creio até que se fizessem um quadrinho somente com o mapa de são paulo é bem possível que, sengundo 'a classe', dentro da própria capital paulista haveria as mesmas reduções da ilustração. E não me assustaria em saber, e eu sei, que o mesmo ocorre em qualquer parte do brasil. E sinceramente, não existe elite ( 'a classe') boazinha, melhor. Com ostentação ou não.
Mesmo que se tenha em mente somente a ostentação, é um engano confudir os paulistanos todos com parte da gente que são do mesmo tipo em qualquer lugar do brasil.
Alguns, ou muitos paulistanos, não conhecem a geografia do brasil muito mais por falta de cultura que por preconceito, mas esse mapa não traduz em nada a visão do paulistano que conheço. Corresponde, em muito, à visão de uma burguesia utilitarista que 'dá' uso para o brasil todo.
A elite paulistana, e todas as outras, não gosta de queijo mineiro e come queijo francês, escuta música inglesa, toma sol em bali, gosta das bichas americanas, preferem as gostosas espanholas, a Argentina ao Rio e não dão importância ao espirito santo eheheh.
Portanto, essa ilustração, para mim, não descreve, muito menos caracteriza, as pessoas amigas que conheço e que considero paulistas ou paulistanas, imigrantes ou não.
Há gente e gente em qualquer lugar, mas as pessoas que conheço, comem queijo de minas e compreendem que gostosas e queijos há em qualquer lugar do brasil, assim como bichas. Curtem, tanto axé como sertanejo, pagode, embolada, baião, e rock and roll. E que o Rio de Janeiro nunca será a Argentina por falta de talentos literários. Tá certo, essa afirmação esbarra no bairrismo, mas eu afirmo que não é até que alguém me prove o contrário.
Mato grosso é a terra do Caiado, o Amazonas do ético senador Virgilio, a Bahia ainda se confunde com Magalhães, e sao paulo é o berço do PT.
Mas acima de tudo gostamos da Bahia, aquele nortão gigantesco e cheio de lindas praias com coqueiros eheheh.
Abraços.
Candido

Luiz disse...

Grande Candido, como vai a vida?

Bom vê-lo de volta por aqui.
E melhor ainda ter a sua opinião nessa provocação (mais uma...) que joguei na rede.

E que fique claro: as minhas recordações de Sampa não são, de forma alguma, apenas negativas. Muita coisa boa ficou dos dois anos e meio em que morei aí.

Abração, e apareça sempre.