28 de janeiro de 2009

Dick Cheney e Dr. Strangelove: apenas coincidência???



Vi essas fotos no blog do Sérgio Dávila, e não resisti.

"A vida imita a arte", ou então "separados no berço", ou qualquer outra frase nesse sentido...

Até porque as ideias dos dois encaixam perfeitamente...

E dizem à boca pequena que Cheney "inventou" o problema nas costas para poder usar a cadeira de rodas e assim tentar despertar sentimentos menos belicosos em quem assistiu a posse...


P.S. Estamos completando, nesta semana, exatos 45 anos do lançamento do filme Dr. Strangelove. Outra coincidência????

26 de janeiro de 2009

Irônico pra mais de metro...

Proibir livros, qualquer que seja seu conteúdo, é uma ofensa à democracia. Além de ser uma idiotice sem tamanho, se o objetivo for barrar a difusão de ideias. Nunca funciona. Muito pelo contrário...

OK. Sei que algumas democracias sólidas (França, Áustria, Alemanha e Canadá, por exemplo) criminalizaram formas de difusão de "doutrinas do ódio", especialmente quando o alvo desse ódio são minorias. E o Brasil também tem uma legislação nesse sentido. Mas mesmo esse tipo de legislação é discutível quanto a sua eficácia e quanto à necessidade de sua existência. Pessoalmente, tenho minhas dúvidas.

Mas o que move este post é o movimento desencadeado em alguns setores religiosos ultra-conservadores americanos para banir um certo livro.

Qual? Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

Quem leu o livro certamente já captou a suprema ironia. Mas para quem ainda não leu, uma pequena dica: um dos temas do livro é ... a proibição absoluta da posse de livros. Passado num futuro próximo em um mundo totalitário onde pensar é algo inútil e perigoso, e onde os bombeiros são os encarregados de caçar e queimar os livros, o livro é uma crítica feroz à sociedade americana da época de sua publicação (1953), onde o macartismo florescia.

Ou seja: Ironia pouca é bobagem...



P.S. Explicando um pouco melhor: os grupos religiosos pediram (e já conseguiram em alguns casos) a proibição do livro basicamente pela utilização de "linguagem inapropriada". Principalmente, "hell" e "damn", cujo uso poderia "afetar a mente das crianças".
Ou seja, tão de gozação... Só pode.

E com certeza, idiotice pouca também é bobagem...

Aliás, o vídeo abaixo é bastante elucidativo...



22 de janeiro de 2009

21 de janeiro de 2009

Guantánamo

Obama mandou suspender temporariamente os processos contra os detidos em Guantánamo. E já sinalizou que mandar fechar a prisão.

Ótimo, começou muito bem.

Entretanto, no meio de toda a falação sobre o tema, não me lembro de ter visto ninguém que falasse sobre a própria existência da base.

Um resquício do mais genuíno colonialismo, arrancada de Cuba por um tratado totalmente desigual, a base, mesmo depois da eventual saída dos prisioneiros, continuará depondo contra os Estados Unidos, especialmente frente ao povo da América Latina e Caribe.

Talvez esteja chegando a hora de o governo americano começar a pensar na devolução da área para o controle dos cubanos.

Claro que, antes de mudanças políticas em Cuba, esse tipo de medida enfrentaria pesada resistência dos setores mais conservadores, notadamente da comunidade cubano-americana concentrada na Flórida.

Mas, por outro lado, talvez seja uma boa moeda de troca para persuadir o governo cubano a realizar reformas políticas mais profundas.



20 de janeiro de 2009

Acaba hoje, finalmente


Foram oito e quase intermináveis anos de (des)governo de George Walker Bush.

Análises sobre o significado desta era estão pipocando em todo canto, e muitas mais ainda aparecerão. Até porque muitos dos descalabros só vão ser revelados nos próximos meses e anos.

Pessoalmente, já deixei claro inúmeras vezes o quanto essa figura nefasta e seus acólitos me dão ânsia de vômito, com todo o mal que praticaram dentro e fora dos EUA.

O que pretendo neste post é que cada um dos leitores expresse sua opinião sobre a figura que hoje deixa a Casa Branca.

E não se reprima nessa hora. Solte o verbo. Se quiser, baixe o nível, não tenha pena. Pode pegar pesado.

É a hora da vingança, de soltar tudo aquilo que ficou preso dentro de nós por tanto tempo.

Mãos à obra.


P.S. A foto aí em cima é genial...


16 de janeiro de 2009

Sasha Grey, sua danadinha... (e é conterrânea...)


Pra quem não conhece, esta aí em cima é Sasha Grey, atriz, modelo e, agora, cantora americana. E quando eu digo atriz é abrangendo todo o amplo espectro da representação...

Ou seja, ela é também atriz pornô. Que aliás foi por onde começou.

Mais recentemente, após se firmar no topo do mercado de filmes adultos, ela começou a transcender esse setor da indústria de entretenimento e passou a ser chamada para participar de video-clipes e filmes convencionais. Seu próximo filme, por exemplo, vai ser dirigido pelo conhecido Steven Soderbergh.

O site da edição brasileira da revista Rolling Stones traz uma rápida entrevista, enfatizando as múltiplas atividades agora exercidas por Sasha.

Peço atenção para a última e antólogica resposta.

Vocês entenderão porque não reproduzimos aqui neste espaço...


UPDATE 1: E não é que a garota é aqui da terrinha? Bem que eu achei que ela tinha alguma coisa meio familiar (ops...), especialmente a língua (!!!) afiada...

UPDATE 2: Nos comentários, apareceu um possível desmentido ao Update anterior...

14 de janeiro de 2009

9 de janeiro de 2009

Sir Paul fala, e também de política

A revista inglesa Prospect, em sua edição de Janeiro, traz uma entrevista feita pelo jornalista político Jonathan Power com um antigo colega de escola em Liverpool: Paul McCartney.

Como é incomum que Paul emita opiniões sobre temas políticos, ou que circundem o ambiente político, vale a pena para quem puder dar uma olhada. Digo quem puder porque o site da revista traz apenas o início da entrevista (uns 20%). Porém, no UOL temos outro pedaço da entrevista, do qual pinço um parágrafo no qual ele toca em um tema brutalmente atual:


"Você sabia que eu acabei de fazer um show em Israel? Me advertiram quanto a ir lá, e me aconselharam a não entrar nos territórios palestinos. Mas eu me liguei a uma organização chamada One Voice (Uma Voz), que é meio palestina, meio israelense. Eles trabalham pela paz, ainda esperando uma solução baseada em dois Estados. Eles acreditam que isso não está muito distante, que os políticos apenas sentem dificuldade em assinar um acordo. Conheci alguns deles em Tel Aviv. Não tinha percebido o quanto o Estado de Israel é intrusivo. Se alguém quiser fazer algo como importar um carro nos territórios palestinos, é necessário obter uma permissão de Israel. E um palestino que trabalha em Israel precisa entrar em uma fila às três horas da manhã para começar a trabalhar às oito. É hora de batermos de frente contra isso conforme conseguimos aparentemente fazer na Irlanda."


7 de janeiro de 2009

Pensem nas crianças...


Assistindo à toda a tragédia pela qual passa a Faixa de Gaza, me veio à mente uma obra-prima:


Pensem nas crianças mudas, telapáticas
Pensem nas meninas cegas, inexatas
Pensem nas mulheres rotas, alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas só não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima, rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume sem rosa, sem nada

Rosa de Hiroxima
Vinícius de Moraes


(Foto via E.I. )

5 de janeiro de 2009

Pra começar bem o ano

Este é o primeiro post de 2009, e na busca por um ano melhor que os anteriores, é adequado que o tema seja alguém acima das prosaicas discussões do dia-a-dia.

Este ano, mais precisamente no dia 5 de março, comemoramos o centenário de nascimento do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, reconhecido como o maior poeta popular do Brasil.

Claro que quando a data chegar pretendemos nos estender mais, então este é só um ponto de partida. Aliás, decidi que o poeta seria o assunto deste post inicial a partir de um fato recente.

Quando da festa de final de ano no trabalho, foi organizado uma troca de presentes tipo amigo-secreto-secreto. Explico: cada um trazia um presente sem saber quem seria o agraciado. Houve um sorteio, e cada um ia até a mesa e escolhia um dos presentes. Porém, cada um dos seguintes, ao escolher seu presente e abrí-lo, tinha a opção de trocá-lo por qualquer um dos escolhidos anteriormente. Ou seja, os últimos sorteados tinham mais opções de escolha. Como não sabíamos quem ficaria com cada lembrança, tínhamos de trazer objetos "unisex". E até cerca de uma hora e meia antes de começar a confraternização eu não fazia a menor idéia do que comprar. Estava em um shopping, olhando vitrines, mas completamente perdido. Quase no desespero, entrei em uma livraria e dei de cara com o livro "Digo e Não Peço Segredo", em uma edição que mistura os textos de Patativa com imagens belíssimas. Peguei no ato. E fez o maior sucesso...

Pra dar um gostinho do que é a obra do poeta, vai aí uma estrofe do poema Cabra da Peste, que posteriormente foi musicada:

"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrê

Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome , pergunto: que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."