11 de junho de 2010

Obrigatoriedade do voto: o fim está próximo?

Essa aqui é uma daquelas notícias que pegam quase todo mundo de surpresa e levantam sérios questionamentos quanto às consequências.

Resumindo, a CCJ do Senado aprovou um projeto do Sen. Marco Maciel que elimina a quase tprojeto do Sen. Marco Maciel que elimina a quase t5es para aqueles eleitores que deixam de comparecer às urnas. Ficaria apenas a multa (irrisória) e a possibilidade de cancelamento do título de eleitor em caso de não comparecimento em 3 eleições seguidas.

Proibição de participar de concurso público, de conseguir empréstimo em órgão financeiro estatal, de tirar RG ou passaporte, de matricular-se em instituição de ensino pública, tudo isso seria eliminado.

Apesar de não estar explícito, o que aconteceria de fato seria a virtual eliminação da obrigatoriedade de votar. A menos que a multa fosse significativamente aumentada (hoje é de no máximo R$ 3,51), muitos eleitores deixariam de votar, ou por razões de consciência ou por motivos práticos (residir distante do domicílio eleitoral, por exemplo).

Pessoalmente, sou contra o voto obrigatório. Ele acaba propiciando distorções (do tipo "curral eleitoral", que existe em todo o país e em variadas formas), além do fato de que votar é um direito, e não pode ser uma obrigação.

Entretanto, reconheço que o tema é polêmico, e existem argumentos honestos nas duas direções.

E vocês, fiéis leitores, o que pensam sobre o assunto?

6 de junho de 2010

Justificando o injustificável

Fuçando pela rede, dei de cara com este artigo de Stephen M. Walt na Foreign Policy.

Como o título diz, é um guia para ajudar a "defender o indefensável". Tudo a ver com acontecimentos recentes...

Eis as declarações que ele sugere como utilizáveis nessas ocasiões (tradução minha, vão desculpando aí...).

Aqui estão os meus 21 pontos:

1. Nós não fizemos isso! (Negativas geralmente não funcionam, mas sempre vale a pena tentar).

2. Sabemos que você acha que fizemos isso, mas não estamos admitindo nada.

3. Na verdade, fizemos alguma coisa, mas não o que somos acusados.

4. Ok, nós fizemos, mas não foi tão ruim assim ("waterboarding" não é tortura realmente, você sabe...).

5. Bem, talvez tenha sido muito ruim, mas foi justificado e/ou necessário. ("Nós apenas torturamos terroristas, ou suspeitos de terrorismo, ou pessoas que possam conhecer um terrorista ...")

6. O que fizemos foi realmente muito contido, quando você considera o quão poderoso nós somos. Quero dizer, nós poderíamos ter feito algo ainda pior.

7. Além disso, o que fizemos foi tecnicamente legal em algumas interpretações do direito internacional (ou pelo menos como nossos advogados interpretam a lei.)

8. Não se esqueça: o outro lado é muito pior. Na verdade, eles são "o mal"

9. Além disso, foram eles que começaram.

10. E lembre-se: Nós somos os mocinhos. Ninguém pode nos equiparar moralmente aos maus, não importa o que fizermos. Apenas os moralmente obtusos e os críticos equivocados poderiam deixar de ver esta distinção fundamental entre eles e nós.

11. Os resultados podem ter sido imperfeitos, mas nossas intenções eram nobres. (Invadir o Iraque pode ter resultado em dezenas de milhares de mortos e feridos, e milhões de refugiados, mas...)

12. Nós temos que fazer coisas como essa para manter a nossa credibilidade. Você não vai querer encorajar os bandidos...

13. Especialmente porque a única língua que o outro lado entende é a força.

14. Na verdade, era imperativo para lhes ensinar uma lição. Pela enésima vez.

15. Se não tivéssemos feito isso para eles, sem dúvida eles teriam feito alguma coisa ainda pior para nós. Bem, talvez não. Mas não poderíamos dar essa chance.

16. Na verdade, nenhum governo responsável poderia ter agido de outra forma em face desse tipo de provocação.

17. Além disso, não tínhamos escolha. O que fizemos pode ter sido horrível, mas todas as outras opções tinham falhado.

18. É um mundo cruel, e as pessoas sérias tem que entender que às vezes você tem que fazer essas coisas. Somente idealistas ignorantes, simpatizantes do terrorismo, covardes conciliadores ou esquerdistas traidores poderiam questionar nossas ações.

19. Na verdade, o que fizemos valerá a pena eventualmente algum dia, e o resto do mundo irá agradecer-nos.

20. Nós somos vítimas de um duplo padrão. Outros estados fazem as mesmas coisas (ou pior) e ninguém reclama deles. O que fizemos foi, portanto, admissível.

21. E se você continuar a criticar-nos, nós vamos ficar muito chateados e podemos fazer algo muito louco. E você não quer isso, não é verdade?

Repita o quanto for necessário.


2 de junho de 2010

Emergindo...

Olá, amigos do De Olho no Fato.


Ao contrário do que alguém possa pensar, este roçado não foi abandonado definitivamente à fúria dos elementos.

Simplesmente, o zelador do boteco mudou de área de atividades dentro da mesma organização, e o tempo, que já não era folgado, encurtou ainda mais.

Além disso, reconheço, as últimas semanas foram recheadas de assuntos que não deram "estímulo" para escrever. Até mesmo a última besteira feita pelo governo israelense só mereceu de mim um simples parágrafo em outro espaço, nada mais...


Dito isso, e deixando claro que voltaremos à programação normal à qualquer momento, deixo um convite.

Semana que vem começa a Copa do Mundo. Apesar de pessoalmente não nutrir a menor simpatia pela seleção da CBF/Dunga, e achar que ela não irá longe, resolvi acompanhar a disputa de uma forma mais intensiva.

Dessa forma convido a todos a visitarem o site irmão do De Olho, o Torcedor Obsessivo Compulsivo, onde teremos posts diários (ou mais que isso...), e pretendemos que os amigos dêem seus pitacos, entendam ou não de futebol.

Até porque o Torcedor Obsessivo Compulsivo, como o próprio nome indica, pretende ser um ponto de encontro de torcedores, e não de analistas (Ok, Cabral, dá para abrir uma exceção...), além de fazer questão de não se levar à sério.

A participação e a opinião de todos e de qualquer um será muito bem vinda.

A cobertura começa em algum momento da semana que vem, se não chover...