6 de agosto de 2009

Give me a break, São Pedro...

Primeiro, São Pedro, me dê licença para falar com você sem salamaleques desnecessários. Apesar de não sermos amigos muito chegados (aliás, confesso, aquele seu colega panfletário, agitador e chegado a ouvir umas vozes, o Paulo de Tarso, sempre foi mais do meu agrado...), é melhor falarmos sem burocracias.

Eu sei que seu serviço aí em cima não deve ser moleza. Um baita acúmulo de atividades na portaria do recinto, e ainda por cima ficar controlando as precipitações pluviométricas. Deve ter umas horas que você não aguenta mais tanto pedido ao mesmo tempo, e de tudo que é lugar. Uns querendo mais, outros menos, e sem contar aqueles insatisfeitos que simplesmente te mandam conversar com o manda-chuva do subsolo, ou coisa pior. E olha que está ficando cada vez mais difícil pra você tomar as decisões adequadas no momento correto, com toda a ingerência que nós aqui de baixo estamos fazendo (aquele tal de Aquecimento Global, uma chatice...)

Este ano, aqui na minha terrinha, você resolveu abrir as torneiras com vontade. Choveu bem mais do que o normal em quase tudo que é canto. Aliás, teve lugar em que a coisa complicou bastante, gente que perdeu plantação, casa, até umas mortes ocorreram. Se bem que nada comparável ao ocorrido lá na Sarneylândia e naquela lasca de terra entre eles e nós. Por lá o bicho pegou legal...

Mas vamos ao que interessa.

Pedrão, normalmente você manda as águas entre fevereiro e maio. Às vezes começa a pingar em janeiro e vai até metade de junho, mas sempre em volumes menores. Bem, já estamos em agosto e ... ainda continua chovendo. E o que dizer de julho? Choveu o dobro do normal e quase atrapalhou a turistada que vem aqui pegar um bronze...

Ontem, por exemplo, estava voltando para casa no fim do expediente quando, do nada, começou a garoar, e logo estava chovendo que era uma beleza...

Cara, eu sei que você é bem-humorado (as incontáveis piadas que correm por aí não me deixam mentir...), mas, aqui pra nós, você deve estar de gaiatice com a gente...

Isso aqui é conhecido como a Terra do Sol. Dá pra imaginar o motivo? Pois é... Mas se você continuar fazendo hora com a nossa cara daqui a pouco vão ter que mudar o nosso título. E olha que Terra da Garoa já tem dono...

Claro que também sei que você é chegado a uma abundância hídrica, mas aquele lance de andar sobre as águas é pra público restrito, lembra?

Por isso, e sem querer ser insolente (mas já o sendo...), vou ser curto e grosso: deixa de sacanagem e volta ao modo normal de operações, tá certo?

Caso contrário, já tem neguinho aqui falando entrar com uma representação no Comitê de Ética celestial, e você sabe dependendo de quem as diferentes bancadas (Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, sem contar o baixo clero...) vão indicar, o bicho pode pegar. E não vai ter ato secreto do Todo Poderoso que livre a sua cara, ok?

6 comentários:

Nhé! disse...

Hehehe... Luiz, lembra do médico, não pode se estressar!

Anônimo disse...

Adorei!!!

ana

gwyn disse...

Muito bom mesmo!!!

Ricardo Chapola (CHAPS) disse...

Grandioso amigo Luiz (o santista das bandas do norte)

Seu texto está espetacular. Muito bom! Muit bem construído, de um jeito bem humorado de lidar com as incertezas metereológicas.

Em breve, enviarei-lhe um email. Precisamos voltar com nossas esporádicas, mas preciosas conversas.

Um forte abraço do santista alegre pela aparente ascensão do time no campeonato!

Luiz disse...

Senhoras, obrigado.
São seus olhos bondosos...

Grande Chapola, bom vê-lo por aqui.
Estou me considerando temporariamente licenciado da torcida peixeira, até que um certo indivíduo deixe a direção técnica da equipe.
Até lá, sofro ou comemoro em silêncio.
Fico aguardando suas sempre instigantes mensagens.

anrafel disse...

Salve, salve Luiz, grande petição.

O estranho é, que tendo sido pescador, o cara devia saber dos estragos causados a meio mundo por esses aguaceiros intermináveis.

Mas, amigo Luiz, insista, insista mesmo. Ele vai negar uma, duas, três vezes, mas acaba voltando ao modo normal de operações.

(O problema é o velho Cefas achar que o 'modo normal de operações' é aquele chão esturricado, aquele gado magro e triste e água de cacimba nas costas).