Um bom amigo vem insistindo desde a semana passada que eu escreva algo sobre a crise na Venezuela.
A falta de tempo para uma pesquisa mais adequada, e a constatação de que pessoas mais preparadas já disseram mais ou menos o que eu penso acabaram adiando o post.
Porém, existem fatos que praticamente obrigam você a escrever. Ou porque exigem um posicionamento rápido e firme, ou porque a piada pronta é inescapável...
Ainda estou em dúvida sobre qual das categorias acima melhor reflete isto aqui:
Chavez quer governar mais 11 anos e prevê 1800 anos de governo revolucionário
Sempre considerei que a Venezuela não está sob uma ditadura. Pelo menos ainda... Faltam alguns dos atributos da nossa velha conhecida de tantos séculos.
Entretanto, e apesar de não considerar Hugo Chavez a encarnação do mal absoluto, sempre pensei nele como um anteprojeto de ditador. Não faltaria vontade, apenas as condições, e talvez essas nunca venham a existir...
Claro, além de ele ser um bufão incorrigível e de uma incompetência basilar enquanto administrador.
Ponto. Parei.
Mas diante da notíca acima, e sem querer comparar os personagens, o primeiro pensamento que me veio foi:
Caramba, o último infeliz (imbecil, louco, pode escolher o adjetivo...) que falou em um governo de 1000 anos, deu no que deu...
***
Só agora me toquei que este é o post de número 250 do De Olho no Fato.
Não é nada, não é nada, já é uma vereda, com sonhos de virar estrada...
A falta de tempo para uma pesquisa mais adequada, e a constatação de que pessoas mais preparadas já disseram mais ou menos o que eu penso acabaram adiando o post.
Porém, existem fatos que praticamente obrigam você a escrever. Ou porque exigem um posicionamento rápido e firme, ou porque a piada pronta é inescapável...
Ainda estou em dúvida sobre qual das categorias acima melhor reflete isto aqui:
Chavez quer governar mais 11 anos e prevê 1800 anos de governo revolucionário
Sempre considerei que a Venezuela não está sob uma ditadura. Pelo menos ainda... Faltam alguns dos atributos da nossa velha conhecida de tantos séculos.
Entretanto, e apesar de não considerar Hugo Chavez a encarnação do mal absoluto, sempre pensei nele como um anteprojeto de ditador. Não faltaria vontade, apenas as condições, e talvez essas nunca venham a existir...
Claro, além de ele ser um bufão incorrigível e de uma incompetência basilar enquanto administrador.
Ponto. Parei.
Mas diante da notíca acima, e sem querer comparar os personagens, o primeiro pensamento que me veio foi:
Caramba, o último infeliz (imbecil, louco, pode escolher o adjetivo...) que falou em um governo de 1000 anos, deu no que deu...
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Só agora me toquei que este é o post de número 250 do De Olho no Fato.
Não é nada, não é nada, já é uma vereda, com sonhos de virar estrada...
8 comentários:
Pois é, nesse caso não dá nem para aplicar a Lei de Goodwin, já que a analogia vinha implícita na declaração, voluntária ou não.
Eu prefiro, e muito, as comparações futebolísticas de Lula.
Aliás, se uma parte esquerda brasileira e latino-americana desgasta-se com esse apoio acrítico a Chavez, a direita, na base do esquema mentir sempre até a mentira ser tomada como verdade, estabelece comparações absurdas entre Lula e Hugo Chavez.
Ora, Lula é um dos campeões da democracia brasileira, junto com muita gente no seu governo e do governo de FHC, inclusive o próprio.
Chavez está cada vez mais despindo-se de pudores e da camuflagem democrática, golpista que foi no passado.
À parte o poder como meta exclusiva, ele parece imbuído dessa certeza da própria indispensabilidade a qualquer processo, coisa comum em alguns militares e líderes políticos. Ele acumula as duas funções.
Engraçado você falar isso, Anrafel. Por coincidência li hoje isto aqui:
http://blog.estadao.com.br/blog/guterman/?title=evo_morales_se_descola_do_chavismo&more=1&c=1&tb=1&pb=1
Belo exemplo do que você falou.
Anrafel toca num ponto chave. A falta de uma plataforma para a oposição os faz criar fantasmas e quererem que todos os sigam nessa.
Pelo jeito (e pelas pesquisas), só uma minoria está caindo na histeria.
E, cá para nós, já não é de hoje que digo que o Chávez é um arremedo de ditador. Que se confirma dia após dia.
(Luiz, obrigado pela deferência e atenção, abraço)
A falta de organização e politização das classes populares não é motivo para se adiar projetos de governo que venham melhorar as suas condições de vida (no caso do Brasil, a coisa era de urgência urgentíssima).
Em lugar e tempo nenhum a politização antecedeu a superação de agudas precariedades sociais. Só reivindica quem já possui alguma coisa.
Se aqueles favorecidos por ações de governos se sentem agradecidos aos próprios ou a uma pessoa específica, o uso capcioso desse sentimento para um projeto de poder (populismo, caudilhismo, o que seja) deverá ser contraposto pela dinâmica social e pela solidez e qualidade das instituições.
Outra coisa: que história é essa de se referir com tanta liberalidade ao 'bolivarianismo' como uma doutrina sócio-econômica já testada e dissecada?
Hugo Chavez confirma uma tese: a sina de Simón Bolívar parece mesmo ser sacaneado por quem se dizia aliado.
***
Luiz,
Parabéns. Que seja, sim, uma longa, ainda que tortuosa, estrada e uma infinita highway enquanto dure.
(Para agëntar tal salada de citações o nordestino tem que ser antes de tudo um forte).
Luiz,
Obrigado pela correção da data de São José. Não estou conseguindo abrir a caixa de comentários lá no Pandorama.
Outra: você já assistiu ao "O homem que engarrafava nuvens", de Lírio Ferreira? Eu achei muito, uma aula de cultura brasileira, pra não fugir do chavão.
Não assisti, Anrafel.
Já ouvi falar, mas não tive chance de ver.
Com a sua dica ficarei atento.
E off-topic: nem tudo neste país acaba em pizza, mas algumas...
Não entendeu? Aguarde...
Luiz, parabéns pela marca. Que você chegue aos 1800 posts!
Valeu aí, Darw e Anrafel.
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