Um dos temas mais discutidos atualmente pela blogosfera brasileira (e pela mídia tradicional) é o filme Tropa de Elite. Como ainda não assistí, minha opinião fica pra depois. Por enquanto, ficam as opiniões do Alon, do Pedro Dória e do Idelber. E o debate está longe de acabar...
Mas este post não é sobre o filme, nem sobre o BOPE da PM do Rio. É sobre outra polícia e sua comédia (ou seria tragédia) de erros. Estou falando da polícia cearense, mais especificamente a PMCE, se bem que a Polícia Civil é quase igual em termos de problemas.
Alguns meses atrás, escrevi rapidamente sobre uma polêmica compra de veículos para a PM cearense, mais especificamente para um novo programa de segurança chamado Ronda do Quarteirão, o qual foi a principal bandeira eleitoral do atual governador. Bem, estamos em outubro e até agora nada desse programa sair do papel, exceto pela compra dos veículos. Ocorre que, de lá pra cá aconteceram uma série de eventos que demonstram cabalmente que a estrutura de segurança do Ceará está aos cacos (como em quase todo o país, nem precisaria ressaltar).
Pra começo de conversa, o governador convidou para a Secretaria de Segurança um delegado federal com o qual ele nunca havia sequer conversado. Aliás, os dois se conheceram pessoalmente no aeroporto na véspera da posse. Ou seja, assumiu o posto uma pessoa que não conhecia nada do estado, muito menos da sua estrutura de segurança pública. E que teve que trabalhar desde o início para materializar um programa que não era seu, o Ronda. Aliás, não era um programa, eram apenas intenções, pois até algumas semanas atrás não existia nada por escrito para fundamentar as ações. E nem sei se já existem.
Esse Secretário de Segurança teve que conviver com um comandante da PM muito respeitado pela tropa pelo seu conhecimento técnico, mas também muito independente. Os pequenos atritos entre os dois foram se acumulando, principalmente sobre o Ronda, e o comandante foi exonerado no início de Setembro, junto com alguns dos principais comandos operacionais. Não bastasse o clima de insegurança geral, uma sequência de ocorrências (puxa, tô escrevendo igual a turma da reportagem policial) deixou lá embaixo o conceito que todos no estado têm do dispositivo de segurança pública. Resumindo:
- Uma operação de perseguição a bandidos que haviam realizado o furto de um caixa-eletrônico (isto mesmo, levaram o caixa inteiro), acabou com uma picape Hilux preta toda metralhada, deixando três de seus quatro ocupantes feridos. Detalhe: o carro dos bandidos era uma S-10 vermelha, e os feridos eram dois casais: um deles (um italiano e uma cearense) tinham ido buscar no aeroporto um casal de amigos espanhóis, em férias. O turista espanhol deve ficar paraplégico.
- Um grupo de PMs, na tentativa de recuperar uma arma supostamente roubada de um oficial dos Bombeiros, acabou agredindo duramente uma aposentada, tia do suposto ladrão. Resultado: a aposentada veio a falecer.
- Ladrões roubaram 12 fuzis que estavam guardados em um depósito no Quartel do Comando Geral da PM. Ninguém viu os bandidos, nem existem sinais de arrombamento. Suspeita: facilitação, como forma de boicotar o Secretário de Segurança.
Para não me alongar mais, cabem as perguntas: essa nau tem comando? E a população, que já é refém dos bandidos a longo tempo, tem como manter aquele restinho de confiança na polícia? Até quando?
Com a palavra, quem achar que tem algo a dizer.
Mas este post não é sobre o filme, nem sobre o BOPE da PM do Rio. É sobre outra polícia e sua comédia (ou seria tragédia) de erros. Estou falando da polícia cearense, mais especificamente a PMCE, se bem que a Polícia Civil é quase igual em termos de problemas.
Alguns meses atrás, escrevi rapidamente sobre uma polêmica compra de veículos para a PM cearense, mais especificamente para um novo programa de segurança chamado Ronda do Quarteirão, o qual foi a principal bandeira eleitoral do atual governador. Bem, estamos em outubro e até agora nada desse programa sair do papel, exceto pela compra dos veículos. Ocorre que, de lá pra cá aconteceram uma série de eventos que demonstram cabalmente que a estrutura de segurança do Ceará está aos cacos (como em quase todo o país, nem precisaria ressaltar).
Pra começo de conversa, o governador convidou para a Secretaria de Segurança um delegado federal com o qual ele nunca havia sequer conversado. Aliás, os dois se conheceram pessoalmente no aeroporto na véspera da posse. Ou seja, assumiu o posto uma pessoa que não conhecia nada do estado, muito menos da sua estrutura de segurança pública. E que teve que trabalhar desde o início para materializar um programa que não era seu, o Ronda. Aliás, não era um programa, eram apenas intenções, pois até algumas semanas atrás não existia nada por escrito para fundamentar as ações. E nem sei se já existem.
Esse Secretário de Segurança teve que conviver com um comandante da PM muito respeitado pela tropa pelo seu conhecimento técnico, mas também muito independente. Os pequenos atritos entre os dois foram se acumulando, principalmente sobre o Ronda, e o comandante foi exonerado no início de Setembro, junto com alguns dos principais comandos operacionais. Não bastasse o clima de insegurança geral, uma sequência de ocorrências (puxa, tô escrevendo igual a turma da reportagem policial) deixou lá embaixo o conceito que todos no estado têm do dispositivo de segurança pública. Resumindo:
- Uma operação de perseguição a bandidos que haviam realizado o furto de um caixa-eletrônico (isto mesmo, levaram o caixa inteiro), acabou com uma picape Hilux preta toda metralhada, deixando três de seus quatro ocupantes feridos. Detalhe: o carro dos bandidos era uma S-10 vermelha, e os feridos eram dois casais: um deles (um italiano e uma cearense) tinham ido buscar no aeroporto um casal de amigos espanhóis, em férias. O turista espanhol deve ficar paraplégico.
- Um grupo de PMs, na tentativa de recuperar uma arma supostamente roubada de um oficial dos Bombeiros, acabou agredindo duramente uma aposentada, tia do suposto ladrão. Resultado: a aposentada veio a falecer.
- Ladrões roubaram 12 fuzis que estavam guardados em um depósito no Quartel do Comando Geral da PM. Ninguém viu os bandidos, nem existem sinais de arrombamento. Suspeita: facilitação, como forma de boicotar o Secretário de Segurança.
Para não me alongar mais, cabem as perguntas: essa nau tem comando? E a população, que já é refém dos bandidos a longo tempo, tem como manter aquele restinho de confiança na polícia? Até quando?
Com a palavra, quem achar que tem algo a dizer.
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