Ontem foi anunciada uma nova medida no ainda incipiente porém constante processo de abertura da economia cubana, em curso desde que Raúl Castro assumiu o governo de forma permanente em fevereiro deste ano.
Depois da liberação da venda de diversos aparelhos eletro-eletrônicos, como computadores e DVD's, da liberação do uso de aparelhos celulares, e de medidas para permitir algum tipo de propriedade privada no campo, o governo cubano resolveu abolir um dos dogmas da ortodoxia comunista na ilha. Anunciou que até agosto termina a política de igualitarismo salarial, onde todos os trabalhadores com uma mesma função recebiam o mesmo salário. Essa política será substituída por um sistema baseado em metas e produtividade, sem teto salarial.
Do jeito que as coisas vão andando, de modo cada vez mais rápido, fica claro que Raúl Castro pretende mesmo reformar profundamente a economia da ilha, sem pudores para afastar os princípios mais ortodoxos do marxismo.
A questão é ver até que ponto essa abertura econômica vai ser seguida de uma liberalização política, ou se o país adotará um modelo similar ao chinês, de economia de mercado convivendo com férreo controle político. Os próximos meses dirão, mas o divisor de águas poderá ser o próximo Congresso do Partido Comunista Cubano, o primeiro em mais de 10 anos, a ser realizado no segundo semestre de 2009.
Depois da liberação da venda de diversos aparelhos eletro-eletrônicos, como computadores e DVD's, da liberação do uso de aparelhos celulares, e de medidas para permitir algum tipo de propriedade privada no campo, o governo cubano resolveu abolir um dos dogmas da ortodoxia comunista na ilha. Anunciou que até agosto termina a política de igualitarismo salarial, onde todos os trabalhadores com uma mesma função recebiam o mesmo salário. Essa política será substituída por um sistema baseado em metas e produtividade, sem teto salarial.
Do jeito que as coisas vão andando, de modo cada vez mais rápido, fica claro que Raúl Castro pretende mesmo reformar profundamente a economia da ilha, sem pudores para afastar os princípios mais ortodoxos do marxismo.
A questão é ver até que ponto essa abertura econômica vai ser seguida de uma liberalização política, ou se o país adotará um modelo similar ao chinês, de economia de mercado convivendo com férreo controle político. Os próximos meses dirão, mas o divisor de águas poderá ser o próximo Congresso do Partido Comunista Cubano, o primeiro em mais de 10 anos, a ser realizado no segundo semestre de 2009.
7 comentários:
Caro Luiz,
Passo a gostar do Raul somente quando ele garantir a liberdade de ir e vir do povo. Aí sim.
Até torço pelas liberdades econômicas, mas as pessoais são as mais importantes, creio.
Pax,
Pra mim, liberdade de ir e vir, de reunião e de expressão caminham juntas. E acho que no caso cubano elas virão inevitavelmente como decorrência da liberdade econômica. Até porque Cuba não tem o cacife da China para manter o controle político férreo.
Esse congresso do partido do ano que vem deve trazer novidades nessa área.
Esperemos. Torço que sim.
Sobre o assunto liberdade, nada como a DUDH. Ela é a lei.
Exatamente, Cuba não tem como manter aquela engenharia político/econômica chinesa: um comunismo-capitalista. Raul não vai poder dizer que "não importa a cor do gato, o interessante é que ele pegue o rato".
À medida que as frestras forem aparecendo a interferência americana irá ganhar corpo. Torço para que essa influência não seja liderada por aquela escória direitista, os anti-castrista.
Que os avanços sociais cubanos não sejam anulados pelo novo regime ou pela nova equação que virá.
anrafel,
Interessante como a expressão que você usou (a da cor do gato) tinha vindo à minha mente quando eu escrevi o post.
Quanto à corja de Miami, a influência deles dentre os exilados vem caindo paulatinamente, especialmente nas novas gerações e nos exilados mais recentes.Ainda são um perigo, mas sua força, até na política interna americana, já não é a mesma.
E sabe o que é engraçado? Teve este post, mais os comentários, e ninguém tocou no nome dele, El Comandante. Sintomático, não?
Concordo com o Pax. Quando o direito de ir e vir e de falar qualquer coisa estiver assegurado, darei Vivas ao Raul!
Espero que vocês relevem essa simplificação atroz que eu fiz aí em cima: "comunismo-capitalista".
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