5 de janeiro de 2009

Pra começar bem o ano

Este é o primeiro post de 2009, e na busca por um ano melhor que os anteriores, é adequado que o tema seja alguém acima das prosaicas discussões do dia-a-dia.

Este ano, mais precisamente no dia 5 de março, comemoramos o centenário de nascimento do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, reconhecido como o maior poeta popular do Brasil.

Claro que quando a data chegar pretendemos nos estender mais, então este é só um ponto de partida. Aliás, decidi que o poeta seria o assunto deste post inicial a partir de um fato recente.

Quando da festa de final de ano no trabalho, foi organizado uma troca de presentes tipo amigo-secreto-secreto. Explico: cada um trazia um presente sem saber quem seria o agraciado. Houve um sorteio, e cada um ia até a mesa e escolhia um dos presentes. Porém, cada um dos seguintes, ao escolher seu presente e abrí-lo, tinha a opção de trocá-lo por qualquer um dos escolhidos anteriormente. Ou seja, os últimos sorteados tinham mais opções de escolha. Como não sabíamos quem ficaria com cada lembrança, tínhamos de trazer objetos "unisex". E até cerca de uma hora e meia antes de começar a confraternização eu não fazia a menor idéia do que comprar. Estava em um shopping, olhando vitrines, mas completamente perdido. Quase no desespero, entrei em uma livraria e dei de cara com o livro "Digo e Não Peço Segredo", em uma edição que mistura os textos de Patativa com imagens belíssimas. Peguei no ato. E fez o maior sucesso...

Pra dar um gostinho do que é a obra do poeta, vai aí uma estrofe do poema Cabra da Peste, que posteriormente foi musicada:

"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrê

Não nego meu sangue, não nego meu nome.
Olho para a fome , pergunto: que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."



2 comentários:

anrafel disse...

O sujeito boa gente é assim: orgulha-se do presente que deu antes de regozijar-se com o que recebeu.

Eu tenho evitado esses amigos-secretos. No último, dei um livro de Manoel de Barros e recebi um CD de Ivete Sangalo. Pois é, aqui na Bahia abundam aqueles que acham que todos os seres humanos gostam da arroz-de-festa.

Pax disse...

É, boa gente mesmo. Vou ter que concordar de novo com o bom Anrafel.

Mais uma das dicas do Luiz.

ps.: aqui chamam esse lance de amigo ladrão. Pra corroborar uma feita participei de um destes e comprei uma estante miniatura. Juro que tava com pressa e não achei nada melhor. Foi que foi e a tal estante, que era horrorosa, acabou comigo mesmo. Bem feito.