16 de março de 2009

Tocando à meia-boca

Ainda atravessando sérios problemas técnicos, os quais me mantém off-line a maior parte do tempo, vamos à nossa conversa de botequim:

- Nas eleições em El Salvador saiu-se vitorioso o candidato Maurício Funes, do partido FMLN, (Frente Farabundo Marti de Libertação) originado da antiga guerrilha de esquerda homônima. Isso quebra uma sequencia de vitória do partido conservador ARENA (Aliança Republicana Nacionalista), de claras ligações com grupos paramilitares de direita que combatiam as FMLN durante a guerra civil. Apesar de o candidato derrotado, Rodrigo Avila, haver reconhecido a derrota e prometido uma oposição construtiva, as palavras de ordem gritadas pelos militantes da ARENA (e que não se perca pelo nome...) não deixaram dúvidas dobre o clima de radicalização no país: "Pátria sim, comunismo não."

- Semanas atrás, o ex-presidente iraniano Mohammad Khatami anunciou sua candidatura às eleições presidenciais de junho próximo, tentando aglutinar as forças moderadas (ou reformistas) de oposição. Entretanto, dias atrás, Khatami perdeu o apoio de um importante líder reformista, o ex-prefeito de Teerã Gholamhossein Karbaschi. Karbaschi, que havia sido um dos pilares da eleição de Khatami em 1997, desiludiu-se com as políticas vacilantes do ex-presidente, e decidiu apoiar o ex-presidente do Parlamento Mehdi Karroubi. Ao mesmo tempo, anunciou-se a candidatura do ex-primeiro ministro Mir Hossein Moussavi. Ou seja, seriam pelo menos três candidatos dividindo os votos reformistas, o que poderia, em tese, facilitar as coisas para o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, apoiado pela linha-dura conservadora do regime.
Pois bem, segundo a agência de notícias oficial Fars, Khatami anunciou hoje que está saindo da disputa, e apoiará Moussavi. Os próximos dias deverão trazer mais luz ao que realmente ocorreu, e as consequencias nas próximas eleições. Porém, sem dúvida, é uma amostra da incapacidade das forças de oposição iranianas de se aglutinarem em torno de uma candidatura viável e com chances reais.

- No encontro de sábado com Lula, Barack Obama falou de seu desejo de, na futura visita ao Brasil, conhecer as praias do Rio e que adoraria conhecer a Amazônia, mas acrescentou: "...tenho impressão de que o Partido Republicano adoraria que eu fosse para a selva e talvez me perdesse por lá."
Lula deveria ter respondido que alguns dos líderes da oposição brasileira talvez gostassem que ele (Lula) visitasse o Alasca, preferencialmente durante o inverno...

- E um alerta pra concorrência: os novos Meninos da Vila estão chegando...

2 comentários:

anrafel disse...

Essa dificuldade de acordo eleitoral entre os reformistas (no Brasil, esquerdistas) não nos é de maneira nenhuma estranho.

Aqui, já teve partido dito de centro-esquerda que, por motivações de poder, sacramentou aliança com a direitona que sempre combateu. E às vezes é mais de direita do que a própria.

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Para quem está começando no Santos hoje, Robinho funciona como um escudo de Pelé. Em vez do absurdo de comparar o garoto com o Supremo Negão, a imprensa resolve cair numa temeridade menor.

Lembro de um atacante chamado Washington, que no início da década de 70 apareceu no Guarani e logo foi comparado à Sua Santidade. É claro que a carreira do rapaz foi estragada.

De qualquer forma, boa sorte a Neymar.

anrafel disse...

Luiz, boa tarde.

Respondi à sua pergunta sobre o governo Wágner lá no open do Clodovil.