21 de maio de 2008

O terremoto que não senti

A primeira impressão é de que aquele meu colega de trabalho estava brincando ou endoidando. Afinal de contas, ele entrou na nossa sala hoje, aproximadamente às 16:15h, e perguntou:

- Vocês sentiram o prédio balançar?

E eu não havia sentido absolutamente nada...

Deixa eu situar um pouco as coisas. Sou empregado em uma empresa pública, e atualmente presto serviços na área de engenharia. Trabalho no segundo andar de um prédio antigo de três andares no centro de Fortaleza, o qual está sofrendo algumas reformas. Suponho que a intenção do meu colega, que trabalha numa sala quase vizinha era, ao mesmo tempo, tirar uma dúvida sobre se o abalo havia realmente ocorrido e questionar nossa área se as obras de reforma não eram as responsáveis.

A primeira reação minha e de outros colegas foi quase de gozação, afinal ninguém havia sentido nada. Aliás, ninguém é exagero: dois estagiários disseram ter sentido alguma coisa, mas não levamos muito a sério (afinal de contas, eles são estagiários...).

O problema é que começamos a receber telefonemas de outros setores com o mesmo tipo de questionamento. Sabíamos que não havia nada de errado com o prédio, e como os jornais noticiaram que na véspera haviam ocorrido tremores de terra em Sobral, meu chefe pediu que eu ligasse para nosso pessoal naquela cidade, por desencargo de consciência. A resposta que recebi foi curta e grossa:

- Olha, acabou de ocorrer um tremor de terra bastante forte aqui.

Sobral fica a uns 150km em linha reta de Fortaleza, e eu sabia que só um tremor considerável poderia ser sentido a essa distância. O da véspera havia sido de 3,3 graus na escala Richter, logo esse deveria ter sido mais forte. Bastou ligar o rádio para descobrir que ele fora sentido em diversos bairros da cidade, especialmente nos prédios mais altos. Mas nós estávamos em um prédio relativamente baixo, e porque alguns de nós haviam sentido e outros não?

Para mim, pessoalmente, era a repetição de uma situação vivida quase 30 anos atrás. Naquela época eu cursava a última série do 2º grau à noite e chagava em casa literalmente arriado de cansaço. Era só deitar e dormir pesado. Pois bem, uma certa manhã acordei e dei de cara com minha mãe perguntando:

- Você não sentiu nada essa noite?

Pra resumir, havia ocorrido durante a noite um tremor de 5,2 graus de intensidade e epicentro nos arredores da cidade. Ela havia me chamado, até sacolejado minha rede (é, eu dormia numa rede...) e eu nada de acordar. Foi um tremor daqueles indiscutíveis, todo mundo na cidade sentiu, menos os que estavam mortos ou tinham o sono pra lá de pesado. O meu caso era um misto dos dois. Fui motivo de brincadeiras dos colegas e parentes por algum tempo, até eles esquecerem. Pois bem, outro tremor ocorreu e eu, de novo, não senti nada.

Afinal de contas, será essa a minha sina? As coisas tremem ao meu redor e eu nunca sinto nada? Pelo menos dessa vez o tremor foi menor (4,3 graus) e o epicentro mais distante, o que fez com que a maior parte dos moradores de Fortaleza também não sentissem.

Mas que eu estou invocado com essa história, ah, isso estou !!!


4 comentários:

anrafel disse...

A freqüência na ocorrência de terremotos implica na prgressão da intensidade dos mesmos?

Essas fissuras nas placas tectônicas vão se alargando?

Sismo-perguntas geradas por tremores de terra que, felizmente, não deram em nada.

Terremoto pra valer mesmo ontem foi o Washington pra cima do São Paulo.

Teremos o meu Fluzão contra o seu Peixe na semi-final?

Anônimo disse...

Quanto ao Peixe, tomara...

Não vai ser fácil, mas entrei em contato com padres, pastores, rabinos, mullahs, pais-de-santo, monges budistas, tomo mundo que possa dar uma forcinha...

anrafel disse...

Esses caras aí que tu falastes não manjam nada de futebol. Vou sugerir outros que podem resolver qualquer problema do glorioso Santos. São cinco: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Que eles não joguem contra o meu Fluminense.

Anônimo disse...

Olha, esses cinco aí você tem que ficar em posição de sentido para citar os nomes...

E ainda tinha Gilmar, Zito, etc.